terça-feira, 31 de maio de 2011

Bares em Fortaleza ganham mercado

Por João José Quixadá e Carlos Augusto







Nas grandes cidades brasileiras, o comércio gira de várias maneiras. Sejam com pontos históricos, com belas orlas nas cidades que possuem praia, shoppings com infra-estrutura de primeiro mundo e baladas bem elitizadas.
 
Mas um tipo de mercado está em efervescência em Fortaleza: o dos bares e botecos. Cada vez mais as pessoas procuram estabelecimentos variados, que possam ter “a sua cara”. Ambientes diversificados com comidas e bebidas personalizadas vem cada vez mais atraindo o público fortalezense a frequentarem estes locais.

Um exemplo disso é o Barril85, localizado dentro do Shopping Salinas na Avenida Washington Soares. O bar foi aberto em novembro de 2010. A professora universitária Teresa Gurgel, sócia e mãe de Rafael Plutarco, diz que seu filho foi quem teve a ideia de montar o bar. Segundo ela, após o filho passar um período na Europa, viu a necessidade de abrir um novo conceito de bar na cidade. 


O cuidado com a “casa”

Pela manhã, logo chegam os primeiros funcionários para fazer a higiene do estabelecimento. Produtos especializados para limpeza servem para deixar o ambiente limpo, sem a presença de bactérias, germes, que possam prejudicar o estabelecimento. 

“A cozinha também é devidamente limpa pelos funcionários e os alimentos ficam isolados para não sofrer risco de contaminação. Segundo Kurt Stolle, esposo de Teresa Gurgel, todos os alimentos são pré-preparados e mantém um sistema de higiene adequado. “Tudo aqui dentro é nos padrões que a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nos determina”, ressalta Kurt.




Em relação às bebidas, sempre que necessário os donos vão ao mercado atacadista fazer a reposição dos produtos, e o transporte dos barris de chopp se dá pela AMBEV (Companhia de Bebidas das Américas), que vai deixar o barril no estabelecimento em hora marcada.

A manutenção do estabelecimento também é constante dentro do bar. “No último domingo, por exemplo, nossas paredes foram novamente pintadas, isso ocorre mensalmente, dica da empresa de limpeza que nos dá consultoria”, afirma Teresa Gurgel.



Publicidade por redes sociais

Em uma época onde quase tudo é informatizado, o Barril85 é adepto das novas tecnologias. A publicidade do estabelecimento é feita de maneira digital, principalmente por twitter e facebook. “Nossa publicidade foi completamente digital. De impresso tivemos apenas o folder, mas que ta servindo como instrumento auxiliar”, explica Teresa Gurgel.

Segundo ela, o relacionamento feito pelas redes sociais, causa uma maior interatividade entre o estabelecimento e o público. “Quanto mais interatividade com os clientes, melhor”.

Um exemplo da interatividade com os clientes foi a nomeação de um drink, escolhido após os usuários darem sugestões pelo twitter. De acordo com Teresa Gurgel, com as redes sociais ocorre um grande feed-back com o público, e a partir daí fazer ajustes ou melhoramentos.

A empolgação com as redes sociais é tanta que Teresa Gurgel afirma: “As redes sociais vem nos respaldando, e a maioria do nosso público vem de lá”.


Público fixo para cada tipo de evento
 
Com a diversidade de opções de lazer em Fortaleza, o Barril85 tenta atrair o máximo de público possível, para isso, fazem promoções especiais e diversificam os estilos na área musical.

“Além do bar/restaurante, fazemos eventos aqui. Todo nosso planejamento tem eventos para dias da semana”, diz Teresa Gurgel. Segundo ela, um estabelecimento que visa obter sucesso tem que trabalhar com uma programação variada.

Entrevista completa com Teresa Gurgel: 




Cobertura fotográfica:

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Seis dias embaixo d'água: os bastidores da cheia de 1985

Por Débora Correia e Mara Rebouças



Imagens registradas pelo jornalista Cid Barbosa

A cheia de 1985 deixou cidades do Ceará, como Russas, Itaiçaba, Aracati e Jaguaruana, "embaixo d'água". Era a terceira grande enchente do Vale do Jaguaribe ocorrida entre as décadas de 1960 e 1980. Algumas famílias, como a de Luzia Correia, 60 anos, na localidade de Motambas, distante 12 quilômetros do centro de Jaguaruana, jamais retiradas pela seca, tiveram que deixar as suas casas em 1960, 1974 e 1985 por conta das inundações. A casa do senhor Francisco Honorato, sogro de Luzia, a três quilômetros do centro, torna-se, em 1985, retiro para quantos precisavam. O grande pé de tamarindo, sombra para as conversas do proprietário com os vizinhos, ancorava as canoas transportadoras de retirantes. Este era o cenário da cheia de 1985. 

A 20 quilômetros dalí, cenas não muito diferentes foram presenciadas pelos repórteres Cid Barbosa e Lúcia Damasceno, ao chegarem a cidade de Russas. Durante uma semana do mês de maio, cobriram para o Diário do Nordeste o dia-a-dia de resgate dos interioranos, feitos retirantes.


A equipe se deslocou de carro até Russas


A jornalista Lúcia Damasceno recorda que foi possível chegar de carro até a cidade de Russas e "em diante só podiam passar helicópteros ou barcos". Durante uma semana dormiram no acampamento do exército junto com os retirantes ou em quartos de um posto de gasolina, na BR-116, entrada da cidade.
Para mostrar a situação caótica, chegavam até as áreas atingidas, recorda Cid Barbosa, "através dos helicópteros do exército e da aeronáutica".Isto aconteceu graças "a um bom relacionamento adquirido com as equipes de resgate" completa Lúcia Damasceno.
Histórias comoventes e situações inusitadas foram presenciadas e vividas pela equipe. Eles chegaram ao Vale do Jaguaribe quando a situação dos retirantes já estava muito crítica. Comida e água potável ficaram escassas para as populações ilhadas. Era uma frustação muito grande quando o helicóptero não podia pousar.
Depois de um dia de externa, que começava as 4 horas da manhã e encerrava as 5 da tarde, os fatos precisavam virar informação jornalística. Deveriam ser enviados para o jornal. Não existia internet e a equipe, mesmo separada por quase 200 quilômetros da redação, enviava textos e fotos para a edição do dia seguinte do Diário do Nordeste.



Nas áreas atingidas o deslocamento
foi realizado através de helicóptero


Lúcia Damasceno recorda que, ao visitar as áreas alagadas em uma canoa, o barqueiro identificou um restaurante em Itaiçaba. Só as palhas formadoras do telhado não submergiram. Nesse momento, Cid Barbosa estava de pé e teve que sentar-se para a embarcação não naufragar. Os deslocamentos feitos de barco, diante da intensidade com que o nível das águas aumentavam se tornavam perigosos. O cenário não era novo no Vale do Jaguaribe.
Em 1960, o pai de Luzia, Francisco Moreira, depois de retirar a família em Córrego do Machado, povoado de Jaguaruana, retorna à sua casa, em Motambas, localizada na mesma cidade, para salvar o gado e fazer um sótão, com a ajuda dos vizinhos, onde os móveis foram guardados. Feito isso, para voltar, ele teve de ser cauteloso. O gado foi retirado para Mato Fernandes, outro povoado da cidade.
Muitas populações já se encontravam ilhadas. O nível das águas do Rio Jaguaribe subia e muitas canoas naufragavam na correnteza. A informação vinha do céu. Helicópteros de resgate distribuíam panfletos, confirmando as inundações e aconselhando o retiro para as localidades mais altas. Tudo se repete em 1974. Situação semelhante foi registrada em 1985 por Cid Barbosa e Lúcia Damasceno. Durante uma semana, o Vale do Jaguaribe embaixo dagua foi notíciado em reportagens de página inteira do Diário do Nordeste.
O casario histórico de Aracati ficou completamente embaixo dágua. Cid Barbosa fotografou a torre da Igreja de Itaiçaba, o único ponto não submerso daquela cidade. As histórias registradas comoveram tanto a equipe, que fez doação do próprio bolso para os retirados.


A equipe jornalística se comove e realiza
campanha de doação


Entre a fé e a realidade

Em 1960, o vigário da Paróquia de Santana, localizada em Jaguaruana, monsenhor Aluisio, convoca a todos os agricultores para juntos, em procissão, pedir chuvas ao padroeiro do Ceará. Com uma enxada no ombro e a fé, o sertanejo termina a grande caminhada embaixo d'água, acreditando ter recebido a imediata resposta do santo das chuvas. Era o começo da cheia de 1960. Pela cidade boatos que se confundiam com as histórias verídicas afirmavam o rompimento das comportas do açude Orós. O Vale do Jaguaribe rapidamente seria tomado pelas águas. As informações chegavam pelos panfletos soltados por helicópteros que aconselhava o retiro para os morros. O farmacêutico da cidade, Antônio de Freitas, era informado por telegrama sobre os riscos de inundação. Do balcão de seu estabelecimento aconselhava a população que se retirasse o quanto antes.
Em 1974, o cenário se repete no mês de março. Padre Ducéu, da paróquia de Santana, visita as população de Motambas na companhia do prefeito Manuel Barbosa. Aconselha a todos que se retirem urgentemente. Os habitantes andavam dentro de casa com a água acima dos joelhos e era um risco permanecer ali.


Confira o mapa da Cheia de 1985

Visualizar Cheia de 1985 - cidades atingidas em um mapa maior

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Como funcionam as compras coletivas.

Por Vivianne Rodrigues e Karine Viana

Você já imaginou como seria comprar produtos e serviços de qualidade com mais de 55% de desconto no conforto de sua casa? Pois os seus problemas acabaram! Vários sites de compra coletiva pela internet surgiram prometendo (e cumprindo!) enormes vantagens para você adquirir o que sempre sonhou. O "Barato Coletivo" é um deles. Genuinamente cearense, o site inaugurado em novembro de 2010 não foi o primeiro a oferecer esse tipo de serviço. Porém, o site vem crescendo com força total através de descontos diários nos mais variados gêneros de produtos.


Octávio Brígido
Querendo entender melhor essa febre de compras coletivas, mergulhamos nos bastidores desse tipo de atividade! Em um bate-papo com Octávio Brígido, sócio-proprietário do "Barato Coletivo", conhecemos um pouco mais desse barato, que só em sua página do Facebook reúne 20.949 pessoas!

Notícias de Bastidores: COMO SURGIU A IDEIA DE ABRIR UM SITE DE COMPRAS COLETIVAS GENUINAMENTE CEARENSE?

Octávio Brígido: A gente entendeu que precisávamos de um diferencial diante do nosso maior concorrente que é o Peixe Urbano. Vimos também que compra na internet era e ainda é algo que gera medo, então quando a pessoa sabe que a empresa está perto de você, que se caso haja algum problema será fácil o acesso para resolver, fica mais fácil.

NB: E COMO SE DÁ O PROCESSO DE COMPRAS COLETIVAS PELA INTERNET?

OB: É simples. A pessoa faz o cadastro no site, ao se interessar por um produto ou serviço ela clica em "comprar" e daí será levada ao site PagSeguro da UOL que é a responsável pela transação financeira. Lá, ela insere os dados do seu cartão e efetua o pagamento. Dois dias depois que a oferta é encerrada a pessoa recebe o voucher (cupom).

NB: DE QUE FORMA PODE SE OFERTAR PREÇOS TÃO EM CONTA?

OB: O parceiro tem que entender que o site é uma ferramenta de marketing e não de venda, então tanto o desconto como a comissão do site tem que ser convertido ao seu investimento de marketing.

NB: DE QUE MODO É FEITO A PARCERIA COM O ANUNCIANTE?

OB: O parceiro nos diz o seu serviço ou produto, o seu valor real e qual o desconto que ele deseja oferecer (acima de 55%). Em cima desse valor com desconto nós recebemos uma comissão de 50%.

NB: QUALQUER UM PODE ANUNCIAR? DIGO, QUAIS AS CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS PARA QUE MEU ANÚNCIO SEJA APROVADO E VEICULE NO SITE?

OB: Somos bastante seletivos nas empresas, produtos e serviços. Sempre vamos ao local para conhecer o estabelecimento e, muitas vezes, sempre que possível, provamos o produto ou serviço. Não existe um padrão. Cada caso é um caso.

NB: O QUE O "BARATO" TRAZ DE BENEFÍCIOS PARA O CLIENTE?

OB: O super desconto é o maior benefício.

NB: ESSA COMPRA PELA INTERNET É SEGURA?

OB: Com certeza! Ainda mais porque quem executa toda a compra é um grupo de bastante renome que é a UOL, então qualquer problema que venha a ter tem o respaldo de uma empresa de grande porte.

NB: O QUE ESSE TIPO DE SERVIÇO TROUXE DE MUDANÇAS PARA O MERCADO CEARENSE?

OB: Abriu o mercado de compra digital no Estado. Fez com que várias pessoas tivessem experiências com vários estabelecimentos e fez com que esses estabelecimentos tivessem novos clientes.

NB: HOJE, O "BARATO COLETIVO" JÁ ESTÁ NAS CIDADES DE RECIFE, SALVADOR, BELÉM, NATAL, PORTO ALEGRE, SÃO LUÍS E MUITAS OUTRAS. COMO ESTÁ ACONTECENDO O PROCESSO DE EXPANSÃO PARA OUTROS ESTADOS?

OB: Expansão é hoje o nosso maior foco. É algo que exige muito cuidado, cautela e estratégia. Estamos tentando fortalecer as praças que já abrimos e estamos estudando outros locais estratégicos.



Mapa da sede do "Barato Coletivo":


Visualizar Barato Coletivo em um mapa maior


Bom para quem compra, ótimo para quem anuncia!

Se a clientela agradece ao número de ofertas, os anunciantes vibram com a quantidade de compradores! Anunciar em sites de compras coletivas se tornou uma maneira simples e eficaz de divulgação do seu negócio, além de garantir lucro certo! Afinal, não é todo dia que um restaurante de comida chinesa vende 3235 pratos de "yakissoba clássico" em 24 horas!

Esse foi o caso da loja "China In Box" situada na Santos Dumont. Após a inauguração da nova loja, a proprietária Magda Degani decidiu investir em um anúncio no "Barato Coletivo". Em conversa com o blog Notícias de Bastidor, a proprietária conta o processo de anúncio, as vantagens em anunciar em um site de compras coletivas e muito mais:




Outros anunciantes também comemoram o sucesso de vendas! A Chef Lia Quinderé da Sucré Patisserie conta os resultados positivos de seu anúncio. "Quando não se tem prejuízo financeiro ou desembolso para realizar a venda, é muito vantajoso. O anúncio agrega uma grande venda em um período curto, além da exposição e marketing positivo que se gera".


Já Fábio Feitosa, sócio do bar Entre Amigos, gostou tanto do serviço que anunciou duas vezes (aqui e aqui)! "Eles tem seriedade, o modelo de compras coletivas deles é perfeito. Já fizemos anúncio em outro site, mas é muito burocrático pra gente e pro cliente, que tem que assinar muita coisa. No Barato Coletivo o cliente resolve tudo mais rápido!".






"A voz do povo é a voz de Deus"!

Se os sites de compras coletivas estão em alta, isto se deu pela aceitação do público. No fim das contas, são os clientes que fazem a engrenagem rodar e tornam tudo isso possível! Fomos às ruas conhecer a opinião das pessoas, suas críticas e elogios em relação a esse tipo de site. Confira:

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Entre coxias, berloques e mamulengos

Por Deborah Milhome e Filipe Dias

Espetáculos de bonecos, dramas, comédias e tudo o que o teatro pode oferecer: isso é o que o projeto Palco Giratório proporciona à população brasileira. Criado há 14 anos pelo Serviço Social do Comércio (SESC), o projeto tem como objetivo tirar dos grandes centros as produções nacionais, fortalecendo o mercado fora do eixo Rio-São Paulo, além de incrementar a programação do Sesc nos estados em que a entidade atua.

Em Fortaleza, o projeto acontece durante todo o mês de abril. Todas as sedes dos Sesc recebem peças teatrais, de dança e até oficinas. Felipe Sales, do setor de Cultura do Sesc Fortaleza, destacou como o trabalho vem sendo realizado na capital cearense e sua importância. Confira o vídeo:



Passaram por Fortaleza cerca de 38 espetáculos e quase 20 companhias de teatro, informou o técnico de cultura do Sesc Iracema, Elsion Melo. Mas como todos esses grupos se preparam para viajar com suas peças e estruturas? E como os teatros do Sesc se organizam para atender a todas as companhias?




Para termos noção de como tudo funciona, acompanhamos duas companhias em dois teatros diferentes.



Cia. Polichinelo: um rio de magia

A primeira impressão que se tem quando chegamos no palco do teatro Sesc Emiliano Queiroz, no Centro, é que estávamos numa selva. Palhas, madeiras e efeitos luminosos davam um brilho especial à apresentação, com cada parte do cenário escondendo um truque singelo. Esta é a mágica feita pela Cia. Polichinelo, um grupo de Araraquara, São Paulo, que no dia estaria apresentando a peça “A Lenda das Lágrimas”, espetáculo do qual estava sendo "tirado do armário" para ser apresentado especialmente para o público fortalezense, como o próprio grupo definiu.

A Cia. está participando pela primeira vez do Palco Giratório e percebeu que, para um evento como esse, "precisa ter cuidado com o material e com a escolha dos espetáculos", explica Márcio Pontes, ator e diretor. A atriz Carolina Jorge, que faz parte da Cia., expõe os prós e os contras de participar de um grupo de teatro itinerante. “Nessa maratona de apresentações, de várias peças em muitas cidades, não podemos estar sempre em casa e quase não temos folga. Mas isso é muito gratificante só por estar mostrando o nosso trabalho, conhecer lugares e trocar ideias com o público”, destaca.

Márcio Pontes também falou conosco sobre como produzir essa fábrica de emoções.







A apresentação da peça aconteceu no dia 9 de abril, às 15h, mas o cenário foi montado um dia antes.

Horas antes da peça começar, a preocupação do diretor era aparente. Alguns erros ocorreram durante o ensaio técnico, devido ao tempo que não apresentavam este espetáculo e à falta de manuseabilidade dos bonecos. Márcio explicou que os personagens da apresentação são maiores do que os que eles trabalham com mais frequência.

Enquanto ensaiavam, o técnico da companhia passava alguns instruções aos atores, que sussurravam entre si e, em alguns momentos, não conseguiam controlar o riso. Mas, no fim, a preocupação foi embora. O cenário foi montado para que durante a peça ganhasse vida durante a apresentação, e tudo é arrumado para que os principais itens fiquem à mão dos atores, para que eles não percam tempo procurando.

Faltando um pouco mais de meia hora para começar a apresentação, finalmente o ensaio técnico termina. Foram quase 50 minutos testando os bonecos e dispositivos, repassando as falas, dando os últimos retoques. Depois de reorganizarem tudo, os atores sentam no auditório e ficam conversando. Os funcionários do Sesc oferecem almoço a eles, mas os atores rejeitam logo. Eles acreditam que não é bom entrar em cena com estômago pesado.

Depois de muita risada, conversas sobre a Terra do Sol e as experiências vividas aqui, a hora de se preparar para a apresentação chegou. A troca de roupa é rápida; pouca maquiagem e silêncio. Muito silêncio, que é quebrado quando o técnico da companhia coloca uma cantiga junina, e então os atores começam a cantar juntos durante a música.

Mais um pouco, e pronto. O teatro está cheio de crianças que estudam nos projetos do Sesc. O espetáculo conseguiu prender a atenção até daquelas que, quando entraram, se sentaram embaixo da cadeira e não paravam quietas. Todas viajando, junto com os atores, no mundo de fantasia proporcionado pelo espetáculo.

Depois da peça, os atores sentam no chão do palco e perguntam para a criançada sobre o que foi apresentado. Todas sabiam de tudo, até as palavras ditas em tupi-guarani - a história era sobre uma índia que, por sofrer de amor, se transformou em uma montanha por onde passava um rio feito por suas lágrimas.

As crianças então vão embora, os atores e técnicos correm a desmontar tudo. No dia seguinte, outra cidade esta para vê-los. E o ritual se repete. Mas eles não parecem se cansar. Pelo contrário, o sorriso de satisfação de Márcio Pontes ao ver a peça concluída mostra que eles gostam mesmo do que fazem.



Cia Namakaca: "Simplesmente wonderful!"

Malabarismo, palhaçada e muita música em um cenário totalmente exótico. Assim é a composição da peça “O besouro mutante”, feita pela companhia Namakaca, formada por Cafí Otto, "Montanha" Carvalho e César "Cara" Lopes. Porém o grupo, embora bastante experiente ("Cara", por exemplo, começou a trabalhar com atividades circenses aos dez anos de idade), teve momentos de aflição. O grupo tinha apresentação no dia 19 e no dia 20 de abril, porém a do primeiro dia teve que ser adiada: a estrutura da apresentação não havia chegado.

O segundo espetáculo estava marcado para as 20h do dia 20. Os atores chegaram no teatro Sesc Iracema por volta das 18h, porém as coisas que eles haviam levado por conta própria não eram suficientes para montar a peça. Passados alguns (longos) minutos, eis que o motorista do caminhão chega, enfim, trazendo a estrutura para o espetáculo. Cafí, que ficou responsável por nos receber, contou que esse seria o segundo espetáculo do dia e que eles estavam aproveitando alguns itens da apresentação anterior para compor a peça que iria acontecer dali a algumas horas.

Como todo o material havia chegado, os artistas finalmente puderam preparar a apresentação da peça. A cada malote aberto, uma novidade: garrafas cheias de água, uma boneca, uma escada, varas de pescar, muitas chaves, entre muitas outras iguarias. A curiosidade de saber como que toda aquela parafernália iria ser usada foi grande.

Em meio a toda essa arrumação, Cafí desabafou que a experiência de participar de um Palco Giratório, embora seja um excelente aprendizado, também exige bastante do artista. “Eu tenho um filho de três anos, sinto muita falta. O Montanha tem uma filhinha de 10 meses. O César tem também uma filha de cinco. Nós estamos felizes por estar aqui, mas parte de nós ficou com nossas famílias”, disse, ao complementar que essa também é a primeira vez que está participando do projeto. 




Aos poucos o teatro, que estava em forma de arena, foi ficando pronto. No fundo, havia um tecido verde estendido e amarrado nas varas de pescar, um carrinho com inúmeras coisas estava no meio do palco. Mexe daqui, arruma dali... 

E pronto. Com quase uma hora estava tudo organizado, e o show podia começar -  ou pelo menos era o que pensávamos. Mas de repente César, o Cara, puxa o véu de um lado, enquanto André, o Montanha, puxa a outra parte do véu. As outras coisas estavam sendo guardadas por Cafí no carro. Mais retoques. Depois de um tempo, aí sim estava tudo pronto, e eles podiam passar algumas partes do que seria apresentado dali a uma hora.

A cena ensaiada foi uma das quais os três trabalham o malabarismo com clavas, que compõe uma “dança da conquista”. A peça fala de três pessoas que, como num passe de mágica, viraram besouros, e um deles ficou parecido com um besouro fêmea. A comédia gira em torno desse e de outros dilemas.



Faltava cinco minutos para o início da peça, mas os três não pareciam estar pressionados pelo tempo: só um estava trajado para o espetáculo. Para o trio da  Namakaca, a proximidade do evento não influencia na preparação. Eles não usam maquiagem e nem gostam de fazer concentração, estavam à vontade. Logo, em pouquissimo tempo, estavam pronto e a postos.

As pessoas começaram a chegar e o espetáculo começou. Depois da peça começar e os espectadores verem o cenário ser montado na sua frente. Muito riso durante a apresentação, mas, como se o tempo fosse tão dinâmico e veloz como o grupo, o show acabou. E como toda peça que participa do Palco Giratório promove um pate papo no final, eles trocaram de roupa e voltaram, admirados que alguém tivessem os esperado para conversar.

Para esses três, o espetáculo não acaba nunca. A todo momento, eles agem como palhaços. Não dizemos isso como insulto, e sim como arte, como um elogio ao trabalho que eles fazem tão bem e, com um simples olhar, percebemos que é tudo feito com muito prazer. E o público agradece, aplaudindo de pé.


Serviço


Visualizar Teatros SESC em um mapa maior


Casamento, indústria de sonhos

Por Aline Norões, Bruno Barbosa e Mhahyara Valente

Casar de papel passado com direito a um exuberante vestido de noiva, um buquê (bouquet, no francês) com os mais variados tipos de flores, muitas fotografias para recordar o dia inesquecível e um bolo rico em detalhes, como renda ou strass, por que não? A indústria do casamento nunca esteve tão em alta como nos últimos anos.

Mesmo em moldes tradicionais, a realização de casamentos passou por uma grande mudança, deixando a imagem de antigo para se tornar uma peça de sonho e desejo, mas atualizado e moderno. É o retorno glamouroso da idealização de um dia de princesa para tantas mulheres.

E essa indústria não tem do que se queixar, pois os negócios que envolvem o caminho até o altar crescem vertiginosamente no Brasil. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2009 aconteceu um milhão de casamentos em cartórios, o que movimentou mais de dez bilhões de reais no ano passado.

Noivas conectadas

As noivas não vêem a hora de se vestir de branco e dizer sim diante da família e dos amigos ali presentes, assim como fizeram aquelas que sempre estiveram ao seu lado, como suas mães, tias e avós. Mas alguma coisa mudou nessas últimas décadas e a diferença é que, as noivas passaram a planejar tudo, do noivado à lua de mel e tudo isso se tornou possível por conta da internet.

Com a modernidade a noiva navega diariamente para vários fins e dentre esse processo, inclui pesquisas de produtos e serviços. Conectadas, elas podem contratar serviços online, tais como, cerimonial, lembrancinhas, bolos decorados, bevidas, bandas e ainda conferem os melhores roteiros para a lua-de-mel. A facilidade de informações obtidas virtualmente tem uma participação essencal nos negócios da área, pois as noivas tem a chance de trocar frustrações e satisfações, marcam reuniões e sugerem profissionais e assim conectadas, elas mantêm um espaço só delas.

Os sites de casamentos surgem com uma única finalidade, ajudar os noivos a sanar problemas de forma rápida e eficaz e os meios de comunicalção virtual, tais como, MSN, Google Talk e Skype, servem de reforço para que algumas dúvidas sejam esclarecias e nos diversos fóruns de discussão, os noivos conhecem casais e fazem negociações conjuntas para economizar no preço final.

Muitas noivas sofrem com a falta de tempo para pesquisas de produtos e serviços e com a era digital, as empresas precisam correr contra o tempo para se adequar ao seu novo público e pensando nisso, algumas empresas que recebem listas de casamento e possuem páginas virtuais, disponibilizam on-line á lista de presente, facilitando assim, tanto a vida dos noivos como dos convidados. Um exemplo disso é a loja Tok&Stok que facilita a vida dos noivos nessa época tão corrida.

Primeiro Encontro de Noivas de Fortaleza

Realizado no último dia 19, o primeiro Encontro de Noivas de Fortaleza contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas, reuniu 21 profissionais dos diferentes segmentos que apresentaram os produtos e serviços disponíveis para a construção deste sonho.

A ideia de organizar um evento como esse partiu da noiva Ângela Melo, que por frustrações sofridas em eventos semelhantes resolveu convidar outras duas noivas, Clayse Nunes e Cristiane Tavares, para ajudá-la na organização de um evento diferente que pudesse facilitar a vida dos casais. Confira a seguir o que Ângela Melo disse sobre a elaboração do Encontro de Noivas.





Música, fotografia, filmagem, cerimonial, decoração, vestidos, cabelo e maquiagem, bolo e chocolates eram alguns dos segmentos que os casais puderam conhecer o trabalho mais aprofundadamente, avaliar e fechar contratos com preços especiais, que foi outro foco do evento.


Bastidores do evento

Desde o momento da montagem do evento até sua finalização notou-se a dedicação de toda a equipe. Durante as quatro horas de encontro, houve degustações, apresentação de banda para casamento, sorteios de descontos para as noivas e desfile de moda com uma estilista especializada em vestidos de noiva. Embora algo iniciante, já que as noivas idealizadoras estavam realizando um evento deste tipo pela primeira vez, a organização foi um ponto forte, bem como a qualidade dos profissionais presentes.

Na finalização deste primeiro Encontro de Noivas todos se mostraram muito satisfeitos. Noivas elogiaram bastante e perguntaram quando haveria o próximo, mais uma prova de que o mercado de casamentos só está crescendo e ainda há muito por vir, em novidades, profissionais e todos os elementos para um dia especial e inesquecível na vida dos noivos.

Confira abaixo, as fotos do evento.





Estatísticas


De acordo com dados do IBGE divulgado em novembro de 2009, o número de casamentos legais registrados no país em 2008 aumentou 34,8% em comparação aos contabilizados em 1998 e 5% em relação a 2007. O crescimento desses números possui várias formas de interpretação e uma delas é a questão de como pagar, já que, nos dias de hoje é possível planejar tudo com muita antecedência, as vezes dois ou três anos antes, e parcelar os custos a perder de vista, aliviando assim, o bolso dos noivos.






Outros eventos de noivas em Fortaleza

Glamour Noiva Fest - realizado no SEBRAE nos dias 23 e 24 de janeiro.

Fest Noiva - aconteceu nos dias 24 a 27 de março no Centro de Convenções.

Encontro de Noivas Lisas (ENL) - acontecerá no Mansão Dunnas Buffet no dia 21 de agosto.